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O seu chefe estudou para a posição que ocupa?

Há poucas semanas, a International Labour Organization (ILO) publicou um artigo em que menciona que apenas metade dos trabalhadores do mundo estão em uma ocupação correspondente ao seu nível de ensino.


Dois cenários se destacam na avaliação do match de ensino e ocupação, o primeiro é de que os países de mais baixa renda ainda possuem grande porção de trabalhadores 'undereducated'. Esta fatia se aproxima de 70% para os países de baixa renda e 46% para os média-baixa renda.


O segundo ponto é que, quanto maior o desenvolvimento econômico do país, maior o grau de match e também de profissionais 'overeducated'.


Esta situação do nível de ensino superar a necessidade profissional pode ocorrer por opção pessoal ou por desajuste do mercado de trabalho, quando a oferta de profissionais de alto nível de ensino supera a demanda de trabalho.


Para avaliar os estados brasileiros em um período mais recente, replicamos a abordagem para os dados de profissionais formais, da RAIS.


Segundo a RAIS, 73% dos trabalhadores brasileiros estariam em condições de ensino e ocupação correspondentes. Outros 14% estão em ocupações que requerem mais que o seu nível atual de ensino e também 14% estão na situação oposta.


Entre os estados, a Paraíba é que possui maior nível de profissionais aquém do nível desejado (22%), enquanto o Amapá é quem está no outro lado do ranking.



Várias interpretações podem surgir destes números. De fato, Paraíba tem um percentual maior de ocupações que requerem nível superior, quase um quarto do total, enquanto no estado catarinense as ocupações desta exigência são apenas 14%.


O que de fato ocorre em quase todos os estados é uma maior participação de trabalhadores de ensino superior que a demanda de ocupações deste nível, o que indica que a qualificação de colaboradores não é um entrave geral para a geração de postos de trabalho de maior valor agregado.


O caso do Ceará é o único em que haveria uma necessidade de promoção do ensino superior para superar a demanda de profissionais com este nível de ensino. Já no caso do Amapá, a intensa contratação de profissionais de ensino superior em cargos administrativos faz o percentual de trabalhadores de alto nível ser o maior do Brasil.



O que nos chamou mais a atenção é a discrepância em relação ao ensino das ocupações de alto nível da administração, como diretores e gerentes.


Na Paraíba, somente 14% dos cargos de gerência tinham ensino superior, caso completamente diferente do Distrito Federal e São Paulo, onde mais de 60% se adequam ao nível desejado.



Uma das possíveis causas para estas diferenças pode estar no acirramento da concorrência por estas vagas, uma vez que em São Paulo e Distrito Federal a remuneração dos cargos de gerência com ensino superior são significativamente superior ao da Paraíba.










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