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Desempenho da economia brasileira em 2023

Atualizado: 19 de fev.


Brasil

Por conta da polarização política e do novo governo, havia muita expectativa sobre o desempenho da economia brasileira em 2023. O nosso papel aqui sempre foi apresentar os dados a partir da análise de desempenho real, sem muita especulação e enrolação.


A melhor forma de fazer isso é avaliar o Índice de atividade econômica (IBC-Br). Este indicador busca representar o desempenho de toda a produção da economia, tal como o PIB. A diferença é que o PIB demora muito tempo pra ser divulgado.


Bem, a variação acumulada no ano foi de 2,45%. Portanto o crescimento do PIB brasileiro de 2023 deve ficar próximo disso.


Para resgatar as nossas expectativas, o relatório do Banco Central divulgou em janeiro de 2023 uma expectativa de crescimento de 0,8% para o ano. Em junho, a expectativa havia aumentado para 1,2% e ao final do ano, a expectativa estava em 1,5%.


Em outras palavras, de modo geral e dada as expectativas iniciais, o desempenho da economia brasileira melhorou ao longo do ano e as projeções foram aumentando em função disso.


Considerando a evolução dos últimos anos, percebe-se que o desempenho de 2023 segue o mesmo ritmo de crescimento observado após a pandemia.




Taxa de desemprego

A melhora no desempenho da economia também se refletiu nas taxas de desemprego. Em dezembro de 2023, a taxa de desocupação foi a menor desde dezembro de 2015.




Por conta do aumento do desemprego influenciado pela pandemia, a taxa de desocupação já apresentava um ritmo acelerado de queda entre os anos de 2021 e 2022. Já no ano de 2023, a redução foi mais lenta, o que é algo natural, uma vez que os níveis de desocupação já estão próximos ao patamar anterior às crises econômicas brasileiras.


Desempenho econômico dos setores

Com os dados mensais de produção da Indústria, Comércio e Serviços, fica claro que o crescimento da economia brasileira é puxada pelos dois últimos segmentos.


Indústria

Em 2023, a indústria apresentou uma variação de 0,2%. O nível de produção da indústria brasileira é praticamente o mesmo desde 2016. A estagnação deste patamar foi afetado momentaneamente pela pandemia, mas logo após sua recuperação, seguiu o mesmo ritmo de produção de antes.

A indústria extrativa mostrou um desempenho melhor, com crescimento de 7%. Por outro lado, a indústria de transformação teve queda de 1%. Quase todos os setores tiveram alguma redução, à exceção da fabricação de veículos, plásticos e derivados de petróleo.





Comércio

O volume de vendas do comércio varejista teve uma variação no ano de 1,7%. Em 2022, o crescimento foi de 1%.


A evolução da receita de vendas do setor do Comércio Varejista nacional alcançou seu maior volume histórico em dezembro de 2014 com um desempenho 5,2% acima do valor do índice atual. Comparando apenas os meses de dezembro, o maior registro foi alcançado no ano de 2014.


Vestuário, móveis e papelaria foram os destaques negativos, com quedas no período. Já os eletrodomésticos, supermercados, varejo e equipamentos de informática mostraram evolução.


Serviços

O setor de serviços cresceu 2,3% no ano. No ano anterior, o crescimento havia sido de 8,3%.

O volume de atividades em dezembro de 2023 é 2% abaixo do recorde histórico, que foi alcançado em dezembro de 2022. Considerando apenas os meses de dezembro, o maior valor histórico ocorreu em 2022, com um desempenho 1,96% superior ao atual.


Os destaque setoriais no ano são as atividades de: Turismo (17,24%) e Serviços às famílias (4,75%).


Síntese

Em síntese, o desempenho da economia brasileira foi melhor do que as expectativas iniciais. Seguiu-se a trajetória de crescimento observada nos últimos anos e a taxa de desemprego manteve-se baixa.


Em alguns aspectos, o nível de produção e a taxa de desocupação da economia brasileira voltam ao patamar anterior às crises de 2015 e da pandemia. Por outro lado, houve uma redução significativa da produção industrial, em detrimento de um setor de serviços maior.

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