Seis novas perspectivas sobre a Produtividade

A produtividade é um tema central para o desenvolvimento econômico, mas a forma como a entendemos e buscamos impulsioná-la pode estar passando por uma transformação. Análises recentes sugerem seis mudanças cruciais na maneira de pensar sobre o crescimento da produtividade, desafiando visões convencionais e apontando para novas abordagens estratégicas.

Tradicionalmente, acreditava-se que a produtividade crescia de forma homogênea, com a difusão de melhores práticas entre a maioria das empresas. No entanto, as novas descobertas indicam que o crescimento da produtividade é impulsionado por um pequeno número de empresas de destaque, e não por uma ampla gama de negócios. Isso sugere a necessidade de políticas e estratégias assimétricas que reconheçam e apoiem a contribuição desproporcional dessas "Standouts".

Outro ponto relevante é o papel dos incumbentes que aprimoram seus processos. Embora as "superstars" (como Amazon e Apple) e os "disruptores" (como Zalando) sejam importantes, a maioria das empresas de destaque são grandes incumbentes que alcançam ganhos de produtividade ao longo do tempo (como Tesco e United Airlines). Isso levanta a questão de como grandes empresas podem manter a agilidade e a inovação para continuar sendo ou se tornarem Standouts.

A ação estratégica ousada e a capacidade de resposta emergem como fatores mais determinantes para o crescimento da produtividade do que a simples difusão de melhores práticas. O motor real do avanço reside em movimentos estratégicos distintos e audaciosos, aos quais os concorrentes precisam reagir. Isso sublinha a importância de desenvolver talentos com habilidades em tecnologia e inovação, bem como líderes capazes de tomar decisões estratégicas impactantes.

A ênfase se desloca da eficiência operacional para a estratégia, a gestão de portfólio e a criação de valor. Embora a eficiência seja importante, o crescimento da produtividade em nível de empresa é amplamente impulsionado por decisões estratégicas que resultam em modelos de negócios mais produtivos, maior valor para o cliente ou a aplicação de inovação em larga escala. Isso implica em repensar modelos de negócios e a proposta de valor ao incorporar novas tecnologias, como a inteligência artificial, e considerar o papel estratégico de fusões e aquisições.

Escalar inovações existentes é considerado mais crucial para o crescimento da produtividade no médio prazo do que apenas gerar novas empresas inovadoras. Embora a inovação por startups seja vital para o futuro, são as empresas de destaque que conseguem implementar e expandir essas inovações em larga escala que impulsionam o avanço da produtividade. Isso levanta um debate sobre o equilíbrio entre evitar a concentração excessiva de mercado e apoiar empresas líderes com potencial de impacto significativo.

Por fim, a realocação dinâmica de recursos para empresas e unidades de negócios mais produtivas é tão importante quanto as melhorias internas. A saída de empresas menos produtivas e a movimentação de recursos (capital, trabalho, clientes) para empresas mais eficientes são canais essenciais para o crescimento. Internamente, a realocação de recursos para atividades de maior valor é fundamental. Isso desafia os líderes a repensar a governança para permitir realocações decisivas e as políticas a facilitar a transição de empregos para empresas mais produtivas.

Esta análise mais aprofundada da produtividade, com foco no nível da empresa, revela insights valiosos. Compreender que o crescimento é impulsionado por um grupo seleto, que a capacidade de aprimoramento dos incumbentes é relevante, que a audácia estratégica é um diferencial, que a criação de valor e a estratégia são primordiais, que escalar inovações é fundamental e que a realocação dinâmica de recursos é vital, oferece novas perspectivas para empresas e formuladores de políticas que buscam impulsionar a produtividade e o crescimento econômico.