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O mesmo dado, histórias diferentes! 🎲#crvlnews003

Ninguém vira Venezuela ou Suíça da noite pro dia, leva-se anos ou décadas para isso. A enorme volatilidade das bolsas de valores ou de negócios e startups são casos muito específicos. Na prática, a economia não é frenética, muito pelo contrário, mesmo mexendo vários pauzinhos, a resposta sempre demora pra vir. O que queremos dizer é que é preciso ter calma. Então respire, prepare seu chá e desfrute da sua newsletter.

Economia sem política O resultado do PIB trimestral divulgado no começo do mês trouxe uma variação de -0,1%, indicando estabilidade (nada mais e nada menos que o tédio!) A expectativa do mercado era de 0,2% - um cenário estável, não muito diferente do consolidado. Ainda que a perspectiva positiva não vigorou, convenhamos que continua sendo um cenário de estabilidade, nada além disso. Inclusive foi assim que o resultado de -0,1% foi abordado pelo IBGE:


Porém, na tentativa de aumentar a venda de Rivotril, alguns canais de comunicação abordaram o tema dessa forma:


Bom… o resultado frustrante quase nos fez chorar. Mas 😭apesar😭 disso, a economia se manteve no patamar pré-pandêmico. Isso é no mínimo curioso. Precisamos urgente de um gif do Confused Travolta.

O negócio é que: o mesmo dado e a mesma estatística podem ser usados para contar histórias diferentes, a depender do viés de confirmação de quem escreve, além, é claro, da necessidade de gerar cliques. E foi isso que trouxemos neste post. Mas não se apavore, estamos aqui para trazer luz e calmaria para sua semana.

Economia Regional Curitiba é a capital mais empreendedora do Brasil. A capital paranaense apresenta um índice de 6 novas empresas a cada mil habitantes, este valor é notavelmente superior à média brasileira, de 2 empresas para mil habitantes, e à média do estado do Paraná, de 2,4. E o que tem se destacado na capital paranaense? Bem, o comércio varejista desempenha papel fundamental, especialmente porque já tem o maior volume de empresas, mas se destacada aqui o crescimento das empresas de tecnologia da informação, foram 822 novas empresas no ano, um crescimento de 72% em relação ao mesmo período do ano passado. Confira em detalhes.

Acadêmicos do Telecurso 2000 Hoje vamos destacar os estudos que avaliaram o ensino das nossas escolas. Apesar da quase universalização do ensino nos últimos anos, a parcela de alunos que estão em boas escolas ainda é pequena e continuamos em situação bem incômoda no ranking do PISA. Nestas avaliações, chama a atenção a diferença do ensino público e privado. Mas será que o problema é da escola ou de quem a frequenta? Para analisar isso, a Janaína Feijó e o João de França fizeram estimativas para comparar o desempenho das escolas isolando o background familiar dos alunos. Como resultado, os pesquisadores verificaram que a diferença de rendimento é explicada predominantemente pelo background dos alunos. Mas não para por aí, a influência das escolas afeta muito mais os alunos que estão entre as notas mais baixas e mais altas. Ou seja, se os estudantes da rede pública tivessem as mesmas características dos alunos do ensino privado, eles poderiam ter notas tão boas ou até superiores a eles. Confira a matéria. Na mesma vibe, dois Andrés, o Curi e o de Souza, criaram um ranking para avaliar o valor adicionado das escolas aos alunos. Assim, o índice dos pesquisadores dão menor peso às escolas que são beneficiadas por bons alunos. (Link) Por fim, um alerta! Se você ainda não enlouqueceu com as notícias que lê sobre a economia e quer cursar uma pós-graduação, cuidado com sua saúde mental. Isso mesmo! O que os meros mortais desta newsletter já presenciaram foi confirmado pela pesquisa da Bárbara Kuenka, que alunos da pós-graduação têm mais propensão a apresentar efeitos depreciativos nas suas saúdes mentais. Confira o post completo aqui!

Hoje tem dicas Já que transparecemos nosso ranço com o jeito que a economia é apresentada e divulgada na mídia, vamos agora indicar o livro Freakonomics. A leitura é super tranquila e instigante, poderia até se chamar Coolconomics (caso isso não fosse um nome terrível). Assim como esta newsletter, o autor do livro, Steven Levitt, mostra o lado legal e desafiador da ciência econômica, que não só estuda inflação, mercado monetário e peso do estado, mas avalia diversos aspectos do comportamento das pessoas. Entre vários resultados interessantes, destaca-se como a política do aborto reduziu drasticamente a violência e porque você pode estar sendo enganado pelo corretor de imóveis. Vale muito a pena a leitura!

Por hoje foi isso! Para quem quiser, estamos também no Instagram, Twitter e LinkedIn (nesse último somos mais sérios).

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